quarta-feira, 25 de novembro de 2009

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Sugestões de atividades para REDAÇÃO


GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO E CULTURA
DIRETORIA REGIONAL DE ENSINO DE DIANÓPOLIS
COORDENAÇÃOREGIONAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
ASSESSORIA DE LINGUA PORTUGUESA

REDAÇÃO (SUGESTÕES DE CONTEÚDO)



Modalidades textuais (clássicas)


1. Descrição: É a apresentação de características percebidas e/ou imaginadas de alguém e de algo.

Ex: “Somos muitos Severinos
Iguasi em tudo na vida:
Na mesma cabeça grande
Que a custo é que se equilibra,
No mesmo ventre crescido
Sobre as mesmas pernas finas,
E iguais também porque o sangue
Que usamos tem pouca tinta.

João Cabral de Melo Neto.

Esse texto apresenta características do Severino, como ele é. Como ele é visto: cabeça grande, pernas finas, sangue com pouca tinta etc. Essa é a função da descrição: revelar o que foi observado em alguém, em algum objeto, em algum lugar etc.

1.1. A descrição e os cinco sentidos

A descrição é um processo de caracterização que requer sensibilidade de quem descreve, para sensibilizar quem lê o texto. Por isso dizemos que este trabalho baseia-se na percepção, nos cinco sentidos:

Visão, tato, audição, paladar e olfato.

Vamos imaginar um exemplo: você vai descrever uma rua. Pode ser a rua em que você mora, ou alguma de sua história cotidiana.
Por meio da visão, como você percebe a rua? Como é a sua forma? E as cores? E as casas, que formas e cores têm?
Você também pode perceber e caracterizar a rua utilizando outros sentidos. Por exemplo: os sons da rua – ela é silenciosa ou ruidosa? Que tipo de ruídos a caracteriza?
Você também pode descrever a rua pelos cheiros que existem nela ( e os cheiros, muitas vezes, lembram sabores).
Como você vê, descrever é uma atividade que educa e desenvolve os nossos sentidos, a
nossa sensibilidade.


Atividades

1. Faça uma pequena descrição (mais ou menos 10 linhas), apresentando um retrato seu aos 12 anos. Enumere suas características de então, tanto físicas como psicológicas.
2. Faça um autorretrato que apresente algumas de suas características físicas e psicológicas.

2. Narração: Narrar é contar. Na narração, são apresentadas ações e personagens: o que aconteceu, com quem, como, onde e quando.

Exemplo: Medo da senhora

A escrava pegou a filhinha nascida
Nas costas
E se atirou no Paraíba
Para que a criança não fosse judiada.

Oswald de Andrade.

Nesse poema, o importante é o fato, a ação, o aconteciemento: a escrava se mata junto com a filhinha recém-nascida, para salva-la da escravidão. Repare que não sabemos como era a escrava, nem como era sua filha, nem como era o rio. O texto só atribui importância ao acontecimento em si.
Narrar, portanto, consiste em construir o conjunto de ações que constituem a história – o enredo- e relacionar essas ações às personagens – seres que praticam ou sofrem os fatos.
Toda narrativa tem um narrador : aquele que conta a história. O narrador de 1ª ou 3ª pessoa.

2.1. Elementos básicos da narração


Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo
Que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
Que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raomundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
Que não tinha entrado na história
Carlos Drummond de Andrade.

Veja que o texto fornece elementos para responder a perguntas fundamentais da narrativa:

O que aconteceu?______________________acontecimento, fato, situação
Com quem? __________________________personagem
Onde? Quando? Como? ________________espaço, tempo, modo
Quem está contando? __________________narrador

Veja como podemos reconhecer os elementos da narrativa no texto lido.

O que aconteceu? Vários desencontros amorosos.
Com quem? João, Teresa, Raimundo, Maria, Joaquim, Lili e J. Pinto Fernandes.
Onde? Quando? Como? As circunstâncias são relatadas por alto, pois, em se tratando de um poema, a preocupação dp autor é maior com o ritmo, a sonoridade e o encadeamento dos versos do que com a narração das circunstâncias em que ocorreram os fatos.
Quem está cotando? O narrador em 3ª pessoa.


Atividades

1. Com uma breve descrição do lugar e de uma personagem escreva o começo de uma história de amor ou de terror.
2. Crie uma atmosfera sugestiva, a partir da caracterização dos elementos narrativos presentes na frase:
Um homem atravessa uma rua...

Como é esse homem? Faça uma breve descrição dele. E o modo como anda, a maneira como atravessa a rua? E a rua? Como se caracteriza? Em que hora do dia ou da noite a ação se passa?

3. Escolha uma das frases abaixo e desenvolva alguns de seus elementos narrativos:
· Desligou a televisão. A imagem dos dois desapareceu. Foi dormir.
· A moça entrou na sala. O rapaz ficou perturbado.
· O telefone tocou. Eu estava no quarto. Não atendi. Tocou novamente.

4. A partir do início dado, desenvolva uma história na qual apareçam significativamente os elementos narrativos apresentados na seguinte introdução:

Nove horas. Pude ouvir seus passos na escada, no azul da noite.

5. Agora, continue o fragmento narrativo:

Sentíamo-nos como deve se sentir uma formiga ao pé de uma bota enlameada, ou subindo penosamente uma parede, lisa e alta.
Ruth Guimarães.In O conto paulista.
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________






2.2. A fala das personagens

O discurso-ou fala- das personagens pode ser apresentado, basicamente, de três modos:

Direto, indireto e indireto livre.

Discurso direto: No discurso direto, não há interferência do narrador, isto é, o narrador apresenta a própria personagem falando diretamente. É a voz da própria personagem falando diretamente. Ela fala em 1ª pessoa.
Geralmente o narrador anuncia o discurso direto da personagem com o uso de verbos de elocução ( dizer, falar, exclamar, perguntar, responder, gritar etc). acompanhada de dois-pontos e de travessão, como no exemplo seguinte:

Largaram à noite, porque o começo da viagem teria de ser uma verdadeira escapada. E, ao sair, Nhô augusto se ajoelhou, no meio da estrada, abriu os braços em cruz, e jurou:
- Eu vou p’ra o céu, e vou mesmo, por bem ou por mal!... E a minha vez há de chegar... p’ra o céu eu vou nem que seja a porrete!...
E os negros aplaudiram, e a turminha pegou o passo, a caminho do sertão.
Guimarães Rosa. Sagarana.

Discurso indireto: No discurso indireto, o narrador interfere na fala da personagem. Ele conta aos leitores o que a personagem disse, narrando em 3ª pessoa.

Veja o exemplo:

(...) Pegou das pontas do cinto e bateu com elas sobre os joelhos, isto é, o joelho direito, porque acabava de cruzar as pernas. Depois referiu uma história de sonhos, e afirmou-me que só me tivera um pesadelo, em criança. Quis saber se eu os tinha.
(...) Missa do galo. Machado de Assis.

Discurso indireto livre: O discurso indireto livre é mais complexo. Muitas vezes, não sabemos quem está falando, se o narrador ou se a personagem. Como se dá o processo do discurso indireto livre? Como o próprio nome revela, trata-se de um discurso indireto: o narrador está traduzindo, com suas palavras, em 3ª pessoa, a fala da personagem. Porém, sem anúncio prévio, aparecem as palavras da personagem, em 1ª pessoa, no meio do discurso do narrador, como se a própria voz da personagem aparecesse permeando a fala do narrador, ou como se pudéssemos ouvir o que ela está pensando ou o fluxo de sua linguagem interior.

Exemplo:
Enlameado até a cintura, Tiãozinho cresce de ódio. Se pudesse matar o carreiro...Deixa eu crescer!...Deixa eu ficar grande!...Hei de dar conta deste danisco...
(...)
Guimarães Rosa. Sagarana.

Atividades

1- Reescreva os trechos a seguir, passando do discurso indireto para o discurso direto, seguindo o modelo:

Discurso indireto: Os alunos disseram que iam participar da passeata.
Discurso direto: a) Os alunos disseram:
- Vamos participar da passeata.

Vamos participar da passeata – disseram os alunos.

O trabalhador disse à sua mulher que precisava arrumar outro emprego.
A professora disse aos alunos que as notas da prova tinham sido ótimas.
O rapaz disse à namorada que gostava muito dela.
Os alunos perguntaram à professora se a prova estava difícil.
O pai disse ao filho que ele deveria estudar para ter uma profissão.
O jornalista perguntou ao político se ele cumpriria as promessas de campanha.

2 – Nesta atividade, você vai fazer o contrário da anterior. Vai passar para o discurso indireto conforme o modelo. Preste atenção nos sinais de pontuação.

Discurso direto:
João falou:
- Gosto muito de ler Monteiro Lobato!

Discurso indireto:
João falou que gosta muito de ler Monteiro Lobato.

Pedro falou:
- Pretendo tirar férias a partir do mês de janeiro.
Roberto disse:
- A festa de sábado foi muito boa.

Sérgio afirmou:
- Adoro passear olhando o mar.

Laura perguntou:
- Tem prova de português hoje?

Maria perguntou a José:
- Você quer viajar comigo nas férias?

Lúcia disse:
- Não gosto de ônibus apertado.

Jaime contou:
- O metrô enguiçou novamente.


2.3. Conhecendo melhor as narrativas

A seguir, você vai conhecer algumas características das narrativas:

Enredo: Seqüência de acontecimentos originados por um conflito, ou seja, por um problema que deve ser resolvido durante a narrativa. Esses acontecimentos ocorrem com determinados personagens reais ou imaginários, em um determinado lugar. O desfecho da narrativa é marcado pela solução do conflito.

Personagens: Seres reais ou imaginários que realizam as ações que compõem a narrativa. Qualquer coisa pode ser transformada em personagem: animais, objetos, seres fantásticos etc.

Para detalhar as características dos personagens e dos lugares onde a ação acontece, aparecem pequenos trechos descritivos. Veja só:

“Às quatro horas da manhã, os marinheiros avistaram terra. Estavam cansados, após uma longa viagem de 30 dias. Pararam o navio perto da praia e desceram para explorar o terreno. A praia era cercada por pequenos montes, cobertos por vegetação tropical. Tudo estava deserto e os marinheiros ficaram atemorizados com os sons que ouviam ao longe. Pouco a pouco, foram se aproximando e, de repente, viram uma cena surpreendente. (...)”

Características da história:

Personagens: marinheiros; Lugar: praia deserta; Tempo: depois de uma viagem de 30 dias; Seqüência de ações: avistaram terra, pararam o navio perto da praia, desceram para explorar o terreno foram se aproximando da praia viram uma cena surpreendente; Descrição dos personagens: cansados, atemorizados; Descrição do lugar: praia cercada por pequenos montes, montes cobertos por vegetação tropical, tudo estava deserto.

Para contar realmente uma história que tenha interesse para os que estão ouvindo ou lendo, a narrativa precisa conter um conflito e um desfecho:

- o conflito é uma oposição, um desequilíbrio, uma complicação que precisa de uma solução. Os personagens da narrativa realizam ações para resolver esse conflito;
- o desfecho é a solução final do conflito, concluindo a narrativa.

Leia este trecho:
“Hoje eu me levantei às seis horas, escovei os dentes, tomei café, dei um beijo na minha mãe e vim para a escola. Ao meio-dia, depois das aulas, vou para casa almoçar e, à tarde, vou estudar um pouco. Amanhã eu farei a mesma coisa.”

Diante dessa narrativa, qualquer um diria: “E daí? Não aconteceu alguma coisa diferente no seu dia?

Essa pergunta surgiu porque a narrativa não tem um conflito, não tem uma complicação. E, por conseqüência, não tem um desfecho, uma solução. Por isso, ela fica sem graça e sem interesse.

A seqüência dos acontecimentos deve seguir uma ordem e ter entre si uma relação de causa e efeito.

Veja estes exemplos:
“Marina estava caminhando pela rua. Como estava distraída, não viu que o sinal estava aberto. Tentou atravessar a rua, mas quase foi atropelada. O motorista do ônibus freou rapidamente, e Marina levou um susto tremendo.”


Existe uma relação de causa e efeito entre quase todos os acontecimentos do texto. Observe bem:

Causa conseqüência
Marina estava distraída. Marina não viu o sinal aberto.
Marina estava distraída. Marina quase foi atropelada.
O motorista freou rapidamente. Marina levou um susto tremendo.

“João estava jogando bola no jardim. Ao dar um chute mais forte, a bola passou por cima do travessão e bateu na vidraça da casa da vizinha. Com medo de levar uma grande bronca da mãe, ele pegou a bola e sumiu durante o resto do dia.”

Causa Conseqüência
João deu um chute mais forte. A bola passou por cima do travessão e bateu
Na vidraça da casa da vizinha.

João ficou com medo de levar bronca
da mãe João pegou a bola e sumiu.


O ponto de vista do narrador

A história pode ser contada pela própria pessoa que participou dos acontecimentos ou por uma outra pessoa que viu tudo, ouviu falar ou inventou. Desta forma, a narrativa pode ser contada pelo:
- narrador-personagem em 1ª pessoa: o personagem que participou da história narra os fatos. Ex: biografia
- narrador-observador em 3ª pessoa: alguém conta o que aconteceu sem se envolver. Esse narrador pode participar dos acontecimentos ou estar totalmente fora deles. Ele pode tomar a defesa de algum personagem ou ficar totalmente isento. Ex: lenda,fábula.

Leia estes trechos e observe os diferentes tipos de narrador.
a) “Olhei para o lado e vi tudo acontecendo. O ônibus vinha em alta velocidade e, depois de uma curva, perdeu a direção e bateu fortemente contra o muro. Os passageiros foram jogados pela janela e ficaram caídos no chão, esperando socorro.” – narrador em terceira pessoa.

b) “Estava sentado no primeiro banco e vi tudo. Depois de passar pela curva em alta velocidade, o ônibus perdeu a direção e bateu. Estávamos apavorados com a força da batida e fomos jogados na rua, violentamente, passando pelas janelas. Feridos e assustados, ficamos esperando socorro, caídos no chão.” – narrador em primeira pessoa.
Atividade


1. Mude a ordem das frases a seguir, de modo a construir uma seqüência com sentido, uma narrativa:

Dez garotas se ofereceram.
Passou todo o dia sonhando, nervoso, com o grande momento.
Rogério fez um sorteio e casou com Mariana.
Tomou banho e aprontou-se antes do café da manhã.
Rogério acordou cedo no dia do casamento.
Foram muito felizes.
Esperou uma hora, duas horas e a noiva não veio.
Rogério não se desesperou.
Pediu a sua mãe para passar a ferro o terno e a camisa.
Foi ao microfone e perguntou se alguma garota queria casar com ele.
Foi ao barbeiro para cuidar da barba e cortar o cabelo.
Eles riem muito quando se lembram daquele dia.
Às seis horas da tarde, entro no carro e foi para a igreja.
Cumprimentou todos os amigos e parentes que esperavam na porta.

2. A narrativa apresentada na atividade 1contém os principais elementos de uma história:

- enredo (seqüência de ações, com um conflito e um desfecho)
- personagens
- informações sobre os lugares e os momentos da ação
- narrador em terceira pessoa
- falas dos personagens em discurso indireto

Vamos conferir? Responda as seguintes perguntas, para preparar um resumo da narrativa:
a) o que aconteceu? e) por que aconteceu?
b) Com quem aconteceu? f) qual foi o resultado? Ou qual será a solução?
c) Onde aconteceu?
d) Quando aconteceu?

Depois de dar as respostas, junte-as em um texto e terá produzido um resumo da narrativa da atividade 1.

3. Identifique, nas frases abaixo, a parte que corresponde à causa e a parte que corresponde à conseqüência. Veja o modelo:

A criança ficou doente porque apanhou chuva na escola.


Conseqüência Causa

a) O avião caiu porque houve um erro do piloto na hora da aterrissagem.
b) Como eu não sabia o caminho, fiquei dando voltas e não achei o endereço de Maria.
c) O velhinho começou a tremer porque levou um susto enorme.
d) O gato correu atrás do rato e conseguiu afugentá-lo.
e) O avô colocou o netinho no chão porque ele pesava muito.
f) Quando ele tropeçou na casca de banana, levou um tombo enorme.
g) O vento afugentou as nuvens e o céu ficou azul.

4. Crie uma continuação para cada uma das narrativas a seguir. Não se esqueça de imaginar um conflito e um desfecho para cada uma. Se possível, acrescente uma pequena descrição para cada personagem:

a) Joaquim saiu de casa pela manhã a caminho da escola. Ao virar uma esquina, encontrou Carlos e...
b) Roberto vestiu sua melhor roupa, pegou sua bicicleta e saiu para a casa da namorada. Ao chegar na porta, tocou a campainha e recebeu a seguinte notícia...




3. Dissertação É a apresentação de pontos de vista e argumentos, a respeito de um tema, de uma questão posta em debate.
A dissertação é uma das atividades fundamentais da nossa prática de linguagem e da nossa condição de seres humanos.
Com as experiências dissertativas, pensamos e repensamos a vida, questionamos o que nos é apresentado, interrogamos e criticamos a realidade, defendemos os nossos direitos, fazemos propostas de transformação do mundo.

3.1. Elementos estruturais do texto dissertativo:

Tema: O assunto sobre o qual se escreve.
Ponto de vista: A posição que se assume diante do tema.
Argumentação: A fundamentação do posicionamento, a defesa do ponto de vista.

Exemplo: Eu disse uma vez que escrever é uma maldição. (...) Hoje repito: é uma maldição que salva.
Não estou me referindo a escrever para jornal. Mas escrever aquilo que eventualmente pode se transformar num conto ou num romance. É uma maldição porque obriga e arrasta como um vício penoso do qual é quase impossível se livrar, pois nada o substitui. E é uma salvação.
Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente inútil, salva o dia que se vive e que nunca se entende a menos que escreva. Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o abençoar uma vida que não foi abençoada... Lembro-me agora com saudade da dor de escrever livros.

Clarice Lispector. A descoberta do mundo.




Nesse texto você pode verificar nitidamente o seguinte esquema:

Introdução
O primeiro parágrafo apresenta o ponto de vista – escrever é uma maldição e é uma salvação.
Desenvolvimento
O segundo parágrafo apresenta o primeiro argumento explicando a maldição que é escrever.
O terceiro parágrafo expõe outro argumento explicando por que escrever é uma salvação.
Conclusão
No final do último parágrafo, uma idéia sintetiza os dois aspectos que o ato de escrever reúne: a “saudade da dor de escrever”.


3.2. Tipos de Dissertação
Existem dois tipos de dissertação: a dissertação expositiva e a dissertação argumentativa. A primeira tem como objetivo expor, explicar ou interpretar idéias; a segunda procura persuadir o leitor ou ouvinte de que determinada tese deve ser acatada. Na dissertação argumentativa, além disso, tentamos, explicitamente, formar a opinião do leitor ou ouvinte, procurando persuadi-lo de que a razão está conosco.
Na dissertação expositiva, podemos explanar sem combater idéias de que discordamos. Por exemplo, um professor de História pode fazer uma explicação sobre os modos de produção, aparentando impessoalidade, sem tentar convencer seus alunos das vantagens das vantagens e desvantagens deles. Mas, se ao contrário, ele fizer uma explanação com o propósito claro de formar opinião dos seus alunos, mostrando as inconveniências de determinado sistema e valorizando um outro, esse professor estará argumentando explicitamente.
Para a argumentação ser eficaz, os argumentos devem possuir consistência de raciocínio e de provas. O raciocínio consistente é aquele que se apóia nos princípios da lógica, que não se perde em especulações vãs, no “bate-boca”estéril. As provas, por sua vez, servem para reforçar os argumentos. Os tipos mais comuns de provas são: os fatos-exemplos, os dados estatísticos e o testemunho.
Como fazer uma dissertação argumentativa
Como fazer nossas dissertações? Como expor com clareza nosso ponto de vista? Como argumentar coerentemente e validamente? Como organizar a estrutura lógica de nosso texto, com introdução, desenvolvimento e conclusão?
Vamos supor que o tema proposta seja Nenhum homem é uma ilha.
Primeiro, precisamos entender o tema. Ilha, naturalmente, está em sentido figurado, significando solidão, isolamento.
Vamos sugerir alguns passos para a elaboração do rascunho de sua redação.
1. Transforme o tema em uma pergunta:
Nenhum homem é uma ilha?
2. Procure responder essa pergunta, de um modo simples e claro, concordando ou discordando (ou, ainda, concordando em parte e discordando em parte): essa resposta é o seu ponto de vista.
3. Pergunte a você mesmo, o porquê de sua resposta, uma causa, um motivo, uma razão para justificar sua posição: aí estará o seu argumento principal.
4. Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem a defender o seu ponto de vista, a fundamentar sua posição. Estes serão argumentos auxiliares.
5. Em seguida, procure algum fato que sirva de exemplo para reforçar a sua posição. Este fato-exemplo pode vir de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do que você leu. Pode ser um fato da vida política, econômica, social. Pode ser um fato histórico. Ele precisa ser bastante expressivo e coerente com o seu ponto de vista. O fato-exemplo, geralmente, dá força e clareza à nossa argumentação. Esclarece a nossa opinião, fortalece os nossos argumentos. Além disso, pessoaliza o nosso texto, diferencia o nosso texto: como ele nasce da experiência de vida, ele dá uma marca pessoal à dissertação.
6. A partir desses elementos, procure juntá-los num texto, que é o rascunho de sua redação. Por enquanto, você pode agrupá-los na seqüência que foi sugerida:
Os passos
1) interrogar o tema;
2) responder, com a opinião;
3) apresentar argumento básico;
4) apresentar argumentos auxiliares;
5) apresentar fato- exemplo;
6) concluir.
(in Novo Manual da Nova Cultural - Redação, Gramática, Literatura e Interpretação de Textos, de Emília Amaral e outros)
Como ficaria o esquema
1º parágrafo: a tese
2º parágrafo: argumento 1
3º parágrafo: argumento 2
4º parágrafo: fato-exemplo
5º parágrafo: conclusão
Exemplo de redação com esse esquema:
Tema: Como encarar a questão do erro
Título: Buscar o sucesso
Tese 1º§ O homem nunca pôde conhecer acertos sem lidar com seus erros.
Argumentação
2º§ O erro pressupõe a falta de conhecimento ou experiência, a deficiência de sintonia entre o que se propõe a fazer e os meios para a realização do ato. Deriva-se de inúmeras causas, que incluem tanto a falta de informação, como a inabilidade em lidar com elas.
3º§ Já acertar, obter sucesso, constitui-se na exata coordenação entre informação e execução de qualquer atividade. É o alinhamento preciso entre o que fazer e como fazer, sendo esses dois pontos indispensáveis e inseparáveis.
Fato-exemplo
4º§ Como atingir o acento? A experiência é fundamental e, na maior das vezes, é alicerçada em erros anteriores, que ensinarão os caminhos para que cada experiência ruim não mais ocorra. Assim, um jovem que presta seu primeiro vestibular e fracassa pode, a partir do erro, descobrir seus pontos falhos e, aos poucos, aliar seus conhecimentos à capacidade de enfrentar uma situação de nova prova e pressão. Esse mesmo jovem, no mercado de trabalho, poderá estar envolvido em situações semelhantes: seus momentos de fracasso estimularão sua criatividade e maior empenho, o que fatalmente levará a posteriores acertos fundamentais em seu trabalho.
Conclusão
5º§ Assim, o aparecimento dos erros nos atos humanos é inevitável. Porém, é preciso, acima de tudo, saber lidar com eles, conscientizar-se de cada ato falho e tomá-los como desafio, nunca se conformando, sempre buscando a superação e o sucesso. Antes do alcance da luz, será sempre preciso percorrer o túnel.
(Redação de aluno.)




Esquema da antítese
Como incluir a contra-argumentação numa dissertação argumentativa
A dissertação argumentativa começa com a proposição clara e sucinta da idéia que irá ser comprovada, a TESE. A essa primeira parte do texto dissertativo chamamos de introdução.
A segunda parte, chamada desenvolvimento, visa à apresentação dos argumentos que comprovem a tese, ou seja, a PROVA. É costume estruturar a argumentação em ordem crescente de importância, como foi explicado no início desta lição, a fim de prender cada vez mais a atenção do leitor às razões apresentadas. Essas razões baseiam-se em provas demonstráveis através dos fatos-exemplo, dados estatísticos e testemunhos.
Na dissertação argumentativa mais formal, o desenvolvimento apresenta uma subdivisão, a ANTÍTESE, na qual se refutam possíveis contra-argumentos que possam contrariar a tese ou as provas. Nessa parte, a ordem de importância inverte-se, colocando-se, em primeiro lugar, a refutação do contra-argumento mais forte e, por último, do mais fraco, com o propósito de se depreciarem as idéias contrárias e ir-se, aos pontos, refutando a tese adversa,ao mesmo tempo em que se afasta o leitor ou ouvinte dos contra-argumentos mais poderosos.
Na última parte, a conclusão, enumeraram-se os argumentos e conclui-se, reproduzindo as tese, isto é, faz-se uma SÍNTESE. Além de fazer uma síntese das idéias discu-tidas, pode-se propor, na conclusão, uma solução para o problema discutido.
Esquema de uma dissertação com antítese
Tema: Vestibular, um mal necessário.
Tese: O vestibular privilegia os candidatos pertencentes às classes mais favorecidas economicamente.
Prova: Os candidatos que estudaram em escolas com infra-estrutura deficiente, com as escolas públicas do Brasil, por mais que se esforcem, não têm condições de concorrer com aqueles que freqüentaram bons colégios.
Antítese: Mesmo que o acesso à universidade fosse facilitado para candidatos de condição econômica inferior, o problema não seria resolvido, pois a falta de um aprendizado sólido, no primeiro e segundo grau, comprometeria o ritmo do curso superior.
Conclusão (síntese): As diferenças entre as escolas públicas e privadas são as verdadeiras responsáveis pela seleção dos candidatos mais ricos.
Relação entre causa e conseqüência
Você possui um tema para ser analisado. Neste caso, a melhor forma de desenvolvê-la é estabelecer a relação causa- conseqüência. Vamos à prática com o seguinte tema:
Tema
Constatamos que no Brasil existe um grande número de correntes migratórias que se deslocam do campo para as médias ou grandes cidades.
Para encontrarmos uma causa, perguntamos:
Por quê? ao tema acima. Dentre as respostas possíveis, poderíamos citar o seguinte fato:
Causa: A zona rural apresenta inúmeros problemas que dificultam a permanência do homem no campo.
No sentido de encontrar uma conseqüência para o problema enfocado no tema acima, cabe a seguinte pergunta:
O que acontece em razão disso?
Uma das possíveis respostas seria:
Conseqüência
As cidades encontram-se despreparadas para absorver esses migrantes e oferecer-lhes condições de subsistência e de trabalho
Veja que a causa e a conseqüência citadas neste exemplo podem ser perfeitamente substituídas por outras, encontradas por você, desde que tenham relação direta com o assunto. As sugestões apresentadas de maneira nenhuma são as únicas possíveis.
Veja outros exemplos:
Tema: Muitas pessoas são analfabetas eletrônicas, pois não conseguem operar nem um videocassete.
(Por quê?) Causa: As pessoas mais velhas têm medo do novo, elas são mais conservadoras, até em assuntos mais prosaicos.
Conseqüência: Elas se tornam desajustadas, pois dependem dos mais jovens até para ligar um forno microondas, elas precisam acompanhar a evolução do mundo.

Tema: É de fundamental importância a preservação das construções que se constituem em patrimônios históricos.
(Por quê?) Causa: A nação que deixa depredar as construções consideradas como patrimônios históricos destrói parte da História de seu país.
Conseqüência: Isso demonstra claramente o subdesenvolvimento de uma nação, pois quando não se conhece o passado de um povo e não se valorizam suas tradições, estamos desprezando a herança cultural deixada por nossos antepassados.
Tema: A maior parte da classe política não goza de muito prestígio e confiabilidade por parte da população.
(Por quê?) Causa: A maioria dos parlamentares preocupa-se muito mais com a discussão dos mecanismos que os fazem chegar ao poder do que com os problemas reais da população.
Conseqüência: Os grandes problemas que afligem o povo brasileiro deixam de ser convenientemente discutidos.

Tema: Muitos jovens deixam-se dominar pelo vício em diversos tipos de entorpecentes, mal que se alastra cada vez mais em nossa sociedade.
(Por quê) Causa: Algumas pessoas refugiam-se nas drogas na tentativa de esquecer seus problemas.
Conseqüência: Acabam formando-se dependentes dos psicóticos dos quais se utilizam e, na maioria das vezes, transformam-se em pessoas inúteis para si mesmas e para a comunidade.
atividade
Apresentaremos alguns temas e você se incumbirá de encontrar uma causa e uma conseqüência para cada um deles. Escreva-as, seguindo o modelo apresentado acima:
1 Tema: As linhas de ônibus que percorrem os bairros das grandes metrópoles não têm demonstrado muita eficiência no atendimento a seus usuários.
Causa:
Conseqüência:
2 A convivência familiar está muito difícil.
causa:
Conseqüência:
3 As novelas de televisão passaram a exercer uma profunda influência nos hábitos e na maneira de pensar da maioria dos telespectadores.
Causa:
Conseqüência:

4 As doenças infecto-contagiosas atingem particularmente as camadas mais carentes da população.
Causa:
Conseqüência:

5 Apesar de alertados por ecologistas, os lavradores continuam utilizando produtos agrotóxicos indiscriminadamente.
Causa:
Conseqüência:

Esquema de redação com causa-conseqüência
Título
Introdução (o problema):
1º parágrafo: Apresentação do tema (com ligeira ampliação).
Desenvolvimento:
2º parágrafo - Causa (explicações adicionais)
3º parágrafo - Conseqüência (com explicações adicionais)
Conclusão(a solução):
4º § - Expressão inicial + reafirmação do tema + observação final

atividade
Escolha um dos temas apresentados nesta folha e redija um texto em quatro parágrafos, conforme o esquema desenhado acima. Não se esqueça de aplicar a relação causa-conseqüência.
(Do livro Técnicas Básicas de Redação, Branca Granatic, Editora Scipione)



Gêneros Textuais

Conto

“Quem conta um conto, aumenta um ponto.”Foi dessa forma que esse tipo de texto surgiu. Não sendo por acaso seu nome, o conto teve início junto com a civilização humana. As pessoas sempre contaram histórias, reais ou fabulosas, oralmente ou através da escrita. O conceito de conto, hoje em dia, foi ampliado em relação a este citado acima. Isto se dá porque escritores passaram a adotar esse tipo de texto como uma forma de escrever, e essa tentativa tem sido promissora. Além de utilizar uma linguagem simples, direta, acessível e dinâmica o conto é a narração de um fato inusitado, mas possível, que pode ocorrer na vida das pessoas embora não seja tão comum. Essa praticidade tem atraído leitores de todas as idades e níveis intelectuais. Inclusive aqueles que não têm o costume de ler ou que ainda estão começando a adquirir este hábito. Não é um texto denso, que exija grande esforço intelectual para ser compreendido, e por isso mesmo é tão bem aceito em diversos tipos de meios de comunicação, não somente através dos livros. Como narrativa oral o conto surge no Brasil trazido pelos portugueses, e até hoje é fortemente propagado, em diversas regiões do país. São as chamadas “estórias de Trancoso”.Como narrativa escrita o conto surge na literatura Brasileira durante o início do Romantismo, mas os autores românticos não conseguiram se destacar através desse tipo de texto. O primeiro grande contista brasileiro, Machado de Assis, iria surgir no início do Realismo, e seu nome se tornaria consagrado pelo brilhantismo com que dominava as palavras. Há algumas características que podem nos ajudar a identificar ou até mesmo a produzir um conto: - É uma narrativa linear e curta, tanto em extensão quanto no tempo em que se passa.- A linguagem é simples e direta, não se utiliza de muitas figuras de linguagem ou de expressões com pluralidade de sentidos.- Todas as ações se encaminham diretamente para o desfecho.- Envolve poucas personagens, e as que existem se movimentam em torno de uma única ação.- As ações se passam em um só espaço, constituem um só eixo temático e um só conflito.- A habilidade com as palavras é muito importante, principalmente para se utilizar de alusões ou sugestões, frequentemente presentes nesse tipo de texto. Além de fecundo na diversidade temática, os contos brasileiros são fecundos na produção. Talvez isso aconteça porque os contos produzidos no Brasil, principalmente a partir do modernismo, tem adquirido identidade própria e se manifestado das mais diversas maneiras, de modo que dificilmente são fiéis às características acima citadas. Podemos até arriscar falar sobre alguns tipos de contos, como os contos alegóricos, os contos fantásticos, os contos satíricos, os contos de fadas, entre outros, mas não podemos traçar características fixas para eles, justamente devido a essa liberdade que os autores têm de imprimir novas características a cada conto que produzem.
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Crônica

A palavra crônica é derivada do latim Chronica e do grego Khrónos (tempo), e significado principal que acompanha esse tipo de texto é exatamente o conceito de tempo. A crônica é o relato de um ou mais acontecimentos em um determinado tempo. A quantidade de personagens é reduzida, podendo inclusive não haver personagens. É a narração de um fato do cotidiano das pessoas, algo que naturalmente acontece com muitas pessoas. Esse fato é incrementado com um tom de ironia e bom humor, fazendo com que as pessoas vejam por outra ótica aquilo que parece óbvio demais para ser observado. Um dos segredos de uma boa crônica é a ótica com que se observam os detalhes, é através disso que vários cronistas podem fazer um texto falando do mesmo fato ou assunto, mas de forma individual e original, pois cada um observa de um ângulo diferente e destaca aspectos diferentes. Quando a crônica surgiu era um relato de acontecimentos históricos, que eram registrados por ordem cronológica. Podia usar uma visão mais geral ou mais particular, assim como podia destacar fatos mais relevantes ou secundários. A partir de Fernão Lopes, no século XVI, é que a crônica começou a tomar uma perspectiva individual ou interpretativa. A crônica de teor crítico surgiu junto com a imprensa periódica (folhetins e jornais), no século XIX. Começou com um pequeno texto de abertura que falava de maneira bem geral dos acontecimentos do dia. Depois passou a assumir uma coluna nos folhetins (coluna da primeira página do periódico) e por fim adentrou de vez ao Jornalismo e à Literatura. A característica mais relevante de uma crônica é o objetivo com que ela é escrita. Seu eixo temático é sempre em torno de uma realidade social, política ou cultural. Essa mesma realidade é avaliada pelo autor da crônica e uma opinião é gerada, quase sempre com um tom de protesto ou de argumentação. Esse tipo de crônica pode ser simplesmente argumentativa, e dispensar o uso da narração. É possível que percam-se assim, elementos típicos do gênero como personagens, tempo, espaço. Sendo assim podemos identificar duas maneiras de se produzir uma crônica: a primeira é a narrativa, que como já foi dito, conta um fato do cotidiano, utilizando-se de personagens, enredo, espaço, tempo, etc. A outra maneira é a crônica dos textos jornalísticos, é uma forma mais moderna do gênero, e ao contrário da outra não narra e sim disserta, defende ou mostra um ponto de vista diferente do que a maioria enxerga. As semelhanças entre as duas são justamente o caráter social crítico, abordando sempre uma maneira de enxergar a realidade, e o tom humorístico, irônico ou até mesmo sarcástico. Podem se utilizar, para esse objetivo, de “personagens tipo”, da sociedade que criticam. Não se pode confundir a crônica com outros gêneros como o conto ou a fábula, estes têm características individuais que os diferenciam daquela. A crônica conta um fato comum do dia a dia, relatam o cotidiano da vida real das pessoas, enquanto o conto e a fábula contam fatos inusitados ou até fantásticos. Ou seja, distantes da realidade.
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Fábula
Fábula: texto literário muito comum na literatura infantil. Fabular= criar, inventar, mentir. A linguagem utilizada é simples e tem como diferencial o uso de personagens animais com características humanas. Durante a fábula é feita uma analogia entre a realidade humana e a situação vivida pelas personagens, com o objetivo de ensinar algo ou provar alguma verdade estabelecida (lição moral). - Utiliza personagens animais com características, personalidade e comportamento semelhantes aos dos seres humanos. - O fato narrado é algo fantástico, não corriqueiro ou inusitado. Notícia

É um dos principais tipos de textos jornalísticos existentes, e por isso tem uma estrutura semelhante a outros textos jornalísticos como a matéria, a reportagem, etc.A estrutura da notícia é chamada de pirâmide invertida. Esse nome se dá por causa do caráter comunicativo da notícia, que é caracterizado por trazer, logo no primeiro parágrafo, o ápice da notícia, a principal e mais relevante informação. Ou seja, uma notícia inicia-se logo com o desfecho, esse primeiro parágrafo é chamado pela linguagem jornalística de lead. Nele são expostas as informações que mais chamam a atenção do leitor para prosseguir com a leitura do texto, em busca de mais informações sobre aquele fato. Esta estratégia de construção textual é muito utilizada em jornais por causa do seu caráter informativo, e também por causa do objetivo de trazer ao leitor informações rápidas, claras e precisas. Sendo assim, o leitor tem a opção de aprofundar a leitura ou não, de acordo com os seus interesses.Seguindo com a estrutura da pirâmide, o texto traz no primeiro parágrafo as informações mais importantes, e nos parágrafos seguintes traz as outras informações sempre em ordem decrescente de relevância. Algumas informações são necessárias para o entendimento dos fatos, e por isso elas são priorizadas. São elas as personagens do fato, o espaço e o tempo. Outras informações que são responsáveis por detalhes mais importantes são colocadas logo em seguida, como a causa do acontecimento, o desenrolar dos fatos e detalhes sobre as conseqüências do mesmo. Lembrando sempre que essas informações já são trazidas para o leitor no lead, porém por serem faladas de maneira superficial elas voltam a ser faladas em busca de serem detalhadas.É necessário que haja uma ética por parte do autor da notícia, no sentido de não trazer ao leitor informações mentirosas ou incertas. A notícia é o acesso que o leitor tem aos acontecimentos do mundo ao seu redor, por isso é preciso que o texto seja o mais impessoal possível, com informações concretas, preferencialmente comprovadas através de entrevistas com testemunhas do fato, fotos ou filmagens (em caso de telejornais). Esses detalhes dão à notícia um caráter mais documental e menos literal, pois asseguram ao leitor a veracidade dos fatos, além de trazer certa confiança ao autor da mesma, que será respeitado e ouvido nas próximas vezes que noticiar algo. É isso que faz do jornal um meio de comunicação respeitado e lido por todas as camadas da sociedade.Devido ao fato acima citado, de o jornal ser acessível a diversos tipos de indivíduos, é preciso que a linguagem utilizada não seja de difícil compreensão, seja clara e objetiva, não faça arrodeios desnecessários nem grandes descrições que podem dar ao leitor a sensação que o texto é parado ou sem novidades. Dessa maneira, independente de quem leia o texto ele será sempre aproveitado e útil.Em caso de a notícia ser escrita em um concurso público como o vestibular é necessário que se obedeça às regras da proposta apresentada. Os fatos podem ser fictícios, mas deve haver certa diligência em não misturar fatos fictícios com fatos reais e em não envolver situações que se distanciem da realidade a ponto de serem duvidosas. Apesar de ser um texto de ficção, deve obedecer a toda a estrutura de uma notícia de jornal.
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Ana Paula de Araújo








Reportagem
Texto jornalístico amplamente divulgado nos meios de comunicação de massa, a reportagem informa, de modo mais aprofundado, fatos de interesse público. Ela situa-se no questionamento de causa e efeito, na interpretação e no impacto, somando as diferentes versões de um mesmo acontecimento.A reportagem não possui uma estrutura rígida, mas geralmente costuma estabelecer conexões com o fato central, anunciado no que chamamos de lead. A partir daí, desenvolve-se a narrativa do fato principal, ampliada e composta por meio de citações, trechos de entrevistas, depoimentos, dados estatísticos, pequenos resumos, dentre outros recursos. É sempre iniciada por um título, como todo texto jornalístico.O objetivo de uma reportagem é apresentar ao leitor várias versões para um mesmo fato, informando-o, orientando-o e contribuindo para formar sua opinião.A linguagem utilizada nesse tipo de texto é objetiva, dinâmica e clara, ajustada ao padrão lingüístico divulgado nos meios de comunicação de massa, que se caracteriza como uma linguagem acessível a todos os públicos, mas pode variar de formal para mais informal dependendo do público a que se destina. Embora seja impessoal, às vezes é possível perceber a opinião do repórter sobre os fatos ou sua interpretação.Para se produzir uma boa reportagem, é fundamental que o repórter ouça todas as versões de um fato, a fim de que a verdade apurada seja realmente a verdade que possa ser comprovada, não aquela que se imagina que é a verdade.

Paula Perin dos Santos






Artigo de opinião
É comum encontrarmos circulando no rádio, na TV, nas revistas, nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição por parte dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso o autor geralmente apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão através do artigo de opinião. É importante estar preparado para produzir este tipo de texto, pois em algum momento e/ou circunstância poderá surgir oportunidades ou necessidades de expor idéias pessoais através da escrita. Nos gêneros argumentativos em geral, o autor tem a intenção de convencer seus interlocutores e para isso precisa apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões. O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar. A partir da leitura de diferentes textos, o escritor poderá conhecer vários pontos de vista sobre um determinado assunto. Para produzir um bom artigo de opinião é aconselhável seguir algumas orientações.
Observe: a) Após a leitura de vários pontos de vista, anote num papel os argumentos que achou melhor, eles podem ser úteis para fundamentar o ponto de vista que você irá desenvolver. b) Ao compor seu texto, leve em consideração o interlocutor: quem irá ler sua produção. A linguagem deve ser adequada ao gênero e ao perfil do público leitor. c) Escolha os argumentos, entre os que anotou, que podem fundamentar a idéia principal do texto de modo mais consciente e desenvolva-os. d) Pense num enunciado capaz de expressar a idéia principal que pretende defender. e) Pense na melhor forma possível de concluir seu texto: retome o que foi exposto, ou confirme a idéia principal, ou faça uma citação de algum escritor ou alguém importante na área relativa ao tema debatido. f) Crie um título que desperte o interesse e a curiosidade do leitor. g) Formate seu texto em colunas e coloque entre elas uma chamada (um importante e pequeno trecho do seu texto) h) Após o término, releia seu texto observando se nele você se posiciona claramente sobre o tema; se a idéia é fundamentada em argumentos fortes e se estão bem desenvolvidos; se a linguagem está adequada ao gênero; se o texto apresenta título e se é convidativo e por fim observe se o texto como um todo é persuasivo. Reescreva-o se necessário.
Por Marina CabralEspecialista em Língua Portuguesa e Literatura Equipe Brasil Escola




Redação Oficial

ata

1 – Conceito

Uma ata refere-se ao resumo dos fatos de uma reunião de pessoas ou assembléia para um determinado fim já divulgado.

1.2 – Modelo

Uma ata deverá conter um cabeçalho constituído do número da ata e do nome dos participantes do grupo que se encontra reunido, uma abertura indicando, por extenso, dia, mês, ano, hora, local da reunião e nome de quem a preside, bem como a finalidade de tal evento, transcrita da ordem do dia que consta da convocação. Seguindo estes itens, virão um pronunciamento referindo-se aos participantes e, a partir disso, a declaração de abertura da seção. Acompanhando estes elementos, virá uma relação nominal identificando os presentes, a aprovação da ata anterior, a declaração objetiva e sintética dos fatos a serem tratados no evento e, por último, um fechamento com as considerações finais.

Conforme segue, vejamos um exemplo:


Ata da 1a reunião dos formandos de Comunicação Social 2004 da UFSC. Aos dez dias do mês de agosto, de dois mil e quatro, às dezenove horas e trinta minutos, na sala B-03, no Campus I, sob a presidência da Comissão de Formatura, formada pelos alunos Fulano de tal, Beltrano e Ciclano, reuniram-se os formandos interessados na organização da formatura. Após constatada a presença de todos os alunos e feita a identificação do empenho de formatura, a presidência da comissão declarou aberta a reunião. A reunião iniciou-se com a solicitação que a partir de dezessete de agosto fossem viabilizados os processos de arrecadação de valores para a formatura. A comissão informou que o valor a ser arrecadado será de R$ 15.000,00. Para tanto, pediu-se o afinco de todos os formandos. Por fim, estando os presentes de acordo com o que foi deliberado, a presidência da Comissão encerrou a reunião, da qual eu, Fulano de tal, secretário designado, lavrei a presente ata que, após lida e aprovada, será assinada por mim e pelos presentes. [Local], dez de agosto de dois mil e quatro.(seguem as assinaturas)




DECLARAÇÃO

1 - Conceito
Uma declaração constitui-se num documento semelhante ao atestado, porém não é expedido por instituições públicas.

2 – Modelo

Este documento deve conter em sua elaboração uma evidência de declaração, escrita com letra maiúscula (DECLARO), seguida do texto de declaração, local e data, evidenciando dia, mês e ano e, por fim, a assinatura do(s) declarante(s) e o cargo do(s) mesmo(s).

Seguem dois exemplos:

EX.1:
DECLARAMOS que o Senhor José Saramago atuou neste Gabinete no período de 25 de janeiro de 1999 a 30 de dezembro de 1999, recebendo mensalmente um salário mínimo.


Rio Grande, 28 de março de 2000.


José de Arimatéia
Chefe de Gabinete do Vereador João Ferreira

EX.2:
DECLARO, para fins de comprovação junto à Comissão de Curso de Direito, que Maria Madalena, matrícula nº 123456, graduanda do curso de Direito, participou do IV Seminário de Direito Penal, desta Instituição.


Rio Grande, 26 de junho de 2000.

Marcos da Silva
Presidente do Diretório Acadêmico de Direito


REQUERIMENTO
1 – Conceito
O requerimento é um documento específico para solicitação de algo a que uma pessoa física ou jurídica tem direito concedido por lei.

1.2 – Modelo

Um requerimento deve conter inicialmente uma invocação com os termos escritos por extenso, um texto começando com o nome do requerente, sua qualificação, exposição do ato legal em que se baseia o requerimento e o objetivo do mesmo. Por último virá o fecho, com a expressão: "Nesses termos pede deferimento", seguido de data e assinatura do requerente.


EX.1:

Excelentíssimo Senhor Prefeito do Município de Rio da Serra – RS



Pitimeu - Indústria e Comércio S.A., com sede na Av. Marechal Floriano,345 em Rio Grande, por seu representante legal, Graciliano Ramos, industrial, brasileiro, solteiro, residente em Rio da Serra, na rua Vidas Secas, 121, nos termos do decreto nº 00000, assinado por V.Ex.ª, em 10 de abril de 1975, em que concede isenção de impostos sobre serviços de qualquer natureza, por 11 (onze) anos a industrias que venham a instalar-se nesse município, em 1975, vem, respeitosamente, requerer a V.Ex.ª que se digne outorgar-lhe a referida isenção.


Nestes Termos
Pede Deferimento.


Rio da Serra, 24 de abril de 1975.


Graciliano Ramos









OFÍCIO
1 - Conceito
Um ofício é um documento utilizado por órgãos do governo ou autarquias para correspondência externa e que tem por finalidade tratar de assuntos oficiais.

1.2 – Modelo
Um ofício deve conter em sua estrutura um timbre representado por um símbolo e o nome da unidade impressa no alto da folha e a numeração, dentro do ano, que o ofício recebe, em ordem cronológica de feitura, seguido da sigla de indicação do órgão eminente. Este, por sua vez, faz-se anteceder o nome da correspondência escrito por extenso ou abreviado. Acompanhando estes elementos virá o local e data (dia, mês e ano) que devem ser escritos a sete espaços duplos ou a 6,5cm. da borda superior. O mês é escrito por extenso. Entre o espaço e a centena se deixa um algarismo do ano, deve ser feito o ponto final e o término da data deve coincidir com a margem direita, que é de cinco espaços duplos ou de 5cm. A seguir virá o vocativo que deve ser escrito a dez espaços duplos ou 10cm da borda superior, na linha do parágrafo, a dez espaços ou 2,5cm da margem e, por fim, um texto, em forma de parágrafo expondo o assunto, que inicia-se a 1,5cm do vocativo. Os parágrafos são enumerados rente a margem, com exceção do 1º e do fecho.
A apresentação do ofício é feita no primeiro parágrafo, no decorrer do texto aprecia-se e se ilustra o assunto com os devidos esclarecimentos e informações pertinentes. Na conclusão se faz a reafirmação da posição recomendada pelo emitente do ofício sobre o assunto
Quanto ao fecho este deve estar localizado a um espaço duplo (ou 1cm) do último parágrafo do texto, centrado à direita e seguido de vírgula. Seguindo este elemento virá o nome do signatário datilografado em maiúsculas, do cargo só com as iniciais maiúsculas, escritas sob o nome, a assinatura que deverá ser feita imediatamente acima do nome.
Estes dados devem estar centralizados à direita na direção vertical da fecho, a três espaços duplos ou 2,5cm. deste .
A identificação do destinatário deverá conter um pronome de tratamento, acima da designação da função exercida pelo mesmo, seguido do nome deste e, após, o endereço.
Caso o ofício seja constituído por mais de uma folha, o endereço do destinatário deve constar da primeira.
Na diagramação dos dados, o último deve estar a dois espaços duplos ou 2cm. da borda inferior do papel, e todas as linhas devem coincidir com o texto, rentes a margem esquerda.
Entre os parágrafos do ofício deve ser deixado um espaço duplo ou 1cm. O espaço entre as linhas também é duplo; nas transcrições e citações é um ou um e meio; estes, preferencialmente, devem vir salientados por aspas e, se ultrapassarem cinco linhas, devem distar cinco espaços da margem esquerda.
Se o ofício tem por objetivo transmitir um assunto do interesse de diversos setores, é necessário que sejam tiradas tantas cópias forem preciso. Nesse caso, o ofício passará a se chamar de ofício circular, grafado com inicial maiúscula, antes do número de ordem.
Vejamos um exemplo de ofício que, quando for circular, acrescerá à abreviatura OF. o termo circular, desse modo: OF.CIRCULAR (demais complementos).


SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
GABINETE DO REITOR
Rua Eng. Alfredo Huch, 475 – Rio Grande – RS



OF. GAB. Nº 43/2000 Rio Grande, 17 de fevereiro de 2000



Senhor Ministro,



De acordo com o AVISO Nº051/MEC/GM, informamos que concordamos com a prorrogação da cedência a esse Ministério, até dia 31 de dezembro do ano vigente, da servidora FERNANDA GOULARTE DA SILVA, pertencente ao quadro de pessoal desta Instituição Federal de Ensino.

Sem mais para o momento, despedimo-nos com votos de consideração e apreço.



Atenciosamente,



CARLOS ALBERTO EIRAS GARCIA
Reitor



Exmo. Sr
Paulo Renato Souza
Ministro da educação
Gabinete do Ministro da Educação
Esplanada dos Ministérios Bloco l 5º andar
CEP: 706547-900 Brasília - DF










Bibliografia



Amaral, Emilia ... (et al). – Novas palavras: língua portuguesa: ensino médio-2 ed. ren- São Paulo: FTD, 2005 – (Coleção novas palavras).

www.brasilescola.com.br – redação.

CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação. São Paulo, Atual Editora, 2000, p.158-68.

www.infoescola.com.br.

Mendes, Gilmar Ferreira ... (et al).- Manual de redação da presidência da república.
2ª.Edição, revista e atualizada – Brasíllia,2002.


sexta-feira, 17 de abril de 2009

Calendário da OBMEP

· 23/03/09 – ABERTURA DAS INSCRIÇÕES

· 15/05/09 – ENCERRAMENTO DAS INSCRIÇÕES

· 18/08/09 – PROVAS DA 1ª FASE

· 31/08/09 – DATA-LIMITE PARA ENVIO DOS CARTÕES-RESPOSTA DOS ALUNOS CLASSIFICADOS PARA 2ª FASE

· 24/10/09 – PROVAS DA 2ª FASE

11/12/09 – DIVULGAÇÃO DOS PREMIADOS.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Pedagogia do sequestro

Após quinhentos anos em evidência – não consigo utilizar a linguagem oficial que propõe a descoberta do Brasil, pois, para mim, é negligenciar a existência daqueles que já estavam aqui – o nosso país encontra-se profundamente carente de reformas. De muitas reformas. Mas, a mais urgente e também a principal delas é a reforma do caráter do nosso povo. Isto como ponto de partida, pois paralelamente a esta reforma, segue-se a reforma da educação. Isto com urgência urgentíssima.
O quadro que se nos apresenta no momento, no que diz respeito aos reais resultados da aprendizagem dos nossos alunos, é assaz preocupante. Pois, mesmo fazendo uma análise superficial daquilo que os nossos alunos apresentam na realidade, percebemos que o fazer dos nossos professores está pautado no reprodutivismo acadêmico, fruto de uma prática perniciosa e interesseira das nossas entidades de ensino superior, que só modifica, de fato o patrimônio dos donos do poder. E, obviamente, dos senhores dos engenhos do “conhecimento” – a mente dos estudantes universitários é a cana e o produto dela extraído, para os nossos alunos, é o bagaço-. Assim, no exercício do continuísmo, fabrica-se o educador sem nenhuma consciência da necessidade de uma formação continuada, e, consequentemente da prática da pesquisa. Aliás, a verdadeira pesquisa que norteia o trabalho da grande maioria dos profissionais da educação é a do livro didático e dos manuais “de como fazer”. E, Quando falo de formação continuada, não estou falando da formação institucionalizada, mas da formação produto do engajamento profissional. O resultado, portanto, dessa atitude, é o sequestro da nossa escola. Isto mesmo, temos uma escola refém de um processo educativo centenário, descontextualizado, que sofreu mudanças apenas teóricas, pois o fazer está fundamentado num perpétuo ato cíclico do “foi assim que eu aprendi”.
É extremamente necessário, é urgentíssimo, que as políticas educacionais, neste país, primem pela qualidade, pela honestidade, pelo respeito aos filhos da pátria, aos filhos dos pobres. Não podemos mais conceber, de sã consciência, que continuem degenerando a nossa educação e sequestrando os nossos educandos, tolhendo-lhes o direito de cidadania em nome do lucro e da imbecilização, o verdadeiro projeto educacional da universidade nacional em parceria com as políticas públicas do ensino básico para milhões de brasileiros, potenciais cidadãos, mas de fato, extraterrestres - O nosso povo possui uma consciência distante do seu contexto, distante da sua realidade-.
É preciso que a universidade abandone os projetos baratos. Que abrace a nobre causa da pesquisa, da prática contextualizada, crítica de si mesma. Que abandone o ensino médio de nível superior, que deixe de ser um mero campus avançado da educação básica, para ser uma entidade comprometida com as reais mudanças sociais e comprometida com a garantia da soberania de um povo que, de tão dócil, está se tornando servil.
É preciso que os nossos governantes entendam de povo e dispam-se do discurso falacioso, do discurso que monta os mesmos cavalos a centenas de anos, que deixem as práticas e as intervenções pontuais, pois elas não passam de remendos novos em pano velho. Pois, caso não mudem continuarão perpetuando a ignorância e autenticando o atraso da nossa nação que, em breves dias, tornar-se-á refém daqueles que não entendem nada de humanização. Assim, seremos os filhos da pátria, sem nenhum direito aos frutos do seio da nossa mãe gentil.


Antônio José da Silva.



13/04/09.

terça-feira, 14 de abril de 2009

O Cigano

Eu pareço mais um cigano,
Não um professor.
Peço aqui, peço ali,
Peço todos os dias...
Pedindo o quê?
Pedindo tudo o que seja útil
Para a elevação do ensino rural.
Peço de tudo.
Peço o possível e o impossível.
Peço na certeza de que vou conseguir.
Por saber pedir,
Já consegui o possível e o impossível.
Não posso parar de pedir,
porque o meu nome é cigano.
O cigano é igual a um andarilho.
Ele pede nas casas, esquinas e ruas.
Pede no município, no estado, no país,
Em todo lugar.
Pede onde há solidariedade
E mãos abertas para servir.
Esta é a vida de um professor cigano,
Que luta no dia a dia
Para que a educação no Brasil se torne mais digna
E acabe com a discriminação contra a escola rural.

Salviano R. Correia - Diretor da U.E Boa Vista de Belém - Ponte Alta do Bom Jesus.

Guia Prático do Novo Acordo Ortográfico


Novo acordo Ortográfico

O novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990 e aprovado no Brasil pelo decreto legislativo nº 54, em 18 de abril de 1995, restringem-se à língua escrita, não afetando nenhum aspecto da língua falada.
Vale ressaltar que ele não elimina todas as diferenças ortográficas existentes na Língua Portuguesa, considerando o país em que é falada, mas consiste num avanço importante rumo à unificação ortográfica.


O Alfabeto

O alfabeto passa a ter 26 letras com o acréscimo das letras K, W e Y. Desta forma, o alfabeto passa a ser: Aa, Bb, Cc, Dd, Ee, Ff, Gg, Hh, Ii, Jj, Kk, Ll, Mm, Nn, Oo, Pp, Qq, Rr, Ss, Tt, Uu, Vv, Ww, Xx, Yy, Zz.

As letras K, W e Y são usadas

a) na escrita de símbolos de unidades de medida: Km (quilômetro) Kg (quilograma) etc;
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros: Show, William etc.


Trema

Não se usa mais o trema ( ¨ ), sinal que era colocado sobre a letra U para indicar que ele deveria ser pronunciado nos grupos gue,gui,que,qui.

Como era como fica

agüentar aguentar
freqüência frequência
cinqüenta cinquenta
lingüiça linguiça
seqüência sequência

Obs: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas.

Ex: Müller, Mülleriano.

Acentuação

1º) NÃO se acentuam mais os abertos EI e OI das palavras paraxítonas.

Como era como fica

idéia ideia
jóia joia
heróico heroico
bóia boia
Obs: Essa regra é válida somente para palavras paraxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em ÉIS, ÉU, ÉUS, ÓI, ÓIS.

Ex: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.


2º) NÃO se acentuam o I e U tônicos das palavras paroxítonas quando precedidas de ditongo.

Como era como fica

Feiúra feiura
Cheiínha cheiinha
Saiínha saiinha
Bocaiúva Bocaiuva

Obs: Se a palavra for oxítona e o I ou o U estiverem em posição final (ou seguidos de S), o acento permanece.

Ex: Tuiuiú, tuiuiús, Piauí.


3°) NÃO se acentua o hiato OO

Como era como fica

Vôo voo
Perdôo perdoo
abençôo abençoo


4°) NÃO se acentua o hiato EE dos verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados (3ª p. pl.).

Como era como fica

Crêem creem
Dêem deem
Lêem leem
Vêem veem


5°) NÃO se acentuam as palavras paroxítonas que são HOMÓGRAFAS.

Como era como fica

Pára (verbo) para
Pêra (subst.) pera
Pêlo (subst.) pelo
Pólo (subst.) polo


Obs 1: Permanece o acento diferencial em PÔDE/PODE. PÔDE é a forma do passado do verbo PODER ( pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular. PODE é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular.

Ex: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.


Obs 2: Permanece o acento diferencial em PÔR/POR. PÔR é verbo. POR é preposição.

Ex: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.


Obs 3: Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos TER e VIR, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.)

Ex: Ele tem dois carros/ Eles têm dois carros;
Ele vem de sorocaba/ Eles vêm de sorocaba;
Ele mantém a palavra/ Eles mantêm a palavra
Ele convém ao estudante/ Eles convêm aos estudantes
Ele detém o poder/ Eles detêm o poder;
Ele intervém em todas as aulas/ Eles intervêm em todas as aulas.


Obs 4: É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras FORMA/FÔRMA. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara.

Ex: Qual é a forma da fôrma do bolo?


6º) NÃO se usa mais o acento agudo no U tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos ARGUIR e REDARGUIR.


7°) Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em GUAR, QUAR e QUIR, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo.

A) Se forem pronunciadas com A ou I tônicos, essas formas devem ser acentuadas.

Ex: Verbo ENXAGUAR: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.

Verbo DELINQUIR: delínquo, delinques, delinque, delinque, delinquem; delínqua, delínquas, delínquam.




B) Se forem pronunciar com U tônico, essas formas deixam de ser acentuadas.

Ex: Verbo ENXAGUAR: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem.

Verbo DELINQUIR: delinquo, delinques, delinque, delinquem, delinqua, delinquas, delinquam.

Uso do hífen



1°) USA-SE o hífen nos compostos com prefixo em que o segundo elemento começa por H.

Ex: anti-higiênico, anti-histórico, co-herdeiro, macro-história, mini-hotel, sobre-humano, super-homem.

Exceção: subumano(nesse caso, a palavra humano perde o H).


2°) USA-SE o hífen quando o prefixo termina por vogal e o segundo elemento começar pela mesma vogal.

Ex: anti-inflamatório, micro-ondas, micro-ônibus.


3°) USA-SE o hífen quando o prefixo termina por consoante e o segundo elemento começar pela mesma consoante.

Ex: hiper-requintado, inter-racial, super-resistente, sub-bibliotecário.


4°) USA-SE o hífen com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró.

Ex: além-mar, ex-aluno, ex-diretor, recém-casados, sem-terra, pós-graduação, pré-histórico.


5°) USA-SE o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu, mirim.

Ex: Amoré-guaçu, Anajá-mirim, Capim-açu.


6°) USA-SE o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares.

Ex: Ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.

7°) USA-SE o hífen nos compostos com os advérbios MAL e BEM quando estes formam uma unidade sintagmática e semântica e o segundo elemento começa por vogal ou H.

Exemplos: bem-estar, bem-vindo, bem-visto, mal-estar, mal-humorado, mal-informado.


8º) NÃO SE USA o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento.

Ex: agroindustrial, anteontem, extraescolar, autoaprendizagem, coautor.


9º) NÃO SE USA o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de R ou S.

Ex: anteprojeto, antipedagógico, microcomputador, seminovo.
Obs: Com o prefixo VICE, usa-se sempre o hífen.

Ex: vice-rei, vice-presidente etc.


10°) NÃO SE USA o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por R ou S. Nesse caso, duplicam essas letras.

Ex: antirracismo, antirreligioso, antissocial, contrassenso.


11°) NÃO SE USA o hífen se o segundo elemento começar por vogal.

Ex: interescolar, interestadual, superaquecimento, superexigente, superinteressante.


12°) NÃO SE USA o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição.

Ex: paraquedas, pontapé, girassol.



Dicas do prof. Antônio José.


Vogal + mesma vogal = hífen.

Vogal + vogal diferente = sem hífen

Vogal + consoante = sem hífen

Consoante + mesma consoante = hífen





BIBLIOGRAFIA


Tufano, Douglas. Guia Prático da Nova Ortografia.Ed. Melhoramentos. 2008. São Paulo.

Brasil. São Paulo. Ed. Saraiva e Atual editora. Acordo Ortográfico ( 1990 ) – Mudanças no Português do Brasil.

Brasil.São Paulo.Guia da Reforma ortográfica. FMU. Museu da Língua Portuguesa-estação da luz.


Prof. Antônio José da Silva.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Voooooooooo

Aaaaaah! Como eu queria voar
Voar,
Voar,
Voar,

Voar pra bem longe daqui
Daqui,
Daqui,
Daqui,

Daqui pra um lugar de prazer.
Prazer,
Prazer,
Prazer,

Prazer em ser.
Ser e ter.
Ter e poder.
Poder e voar.

Voar,
Voar,
Voar,
Voar.
Antônio José
Assessor de Currículo de L. Portuguesa
Gestar II